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Fabiana Murer comenta recordes de Juliana Campos: “o salto com vara no Brasil começa a brilhar de novo”

Brasileira atingiu a marca de 4,68m e tem expectativa alta para o ciclo de Los Angeles 2028

Por Comitê Olímpico do Brasil

18 de jul, 2025 às 17:00 | 4min de leitura

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Juliana Campos na disputa das eliminatórias dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Foto: Wander Roberto/COB

A bandeira verde e amarela voltou ao pódio Mundial do salto com vara. Em boa fase, Juliana soma resultados marcantes e pontos importantes no ranking mundial. Desde 2016 uma atleta brasileira não atingia a marca de 4,68m em uma prova, quebrando três vezes sua melhor marca pessoal. Fabiana Murer, referência da modalidade no país, é só elogios. As brasileiras foram colegas de treino em São Caetano do Sul e, para Fabiana, as duas tem semelhanças. 

“A Juliana treinou junto comigo quando eu já estava parando e na época ela já era uma grande promessa. Ela é alta, fez ginástica artística como eu, então todo mundo colocava uma esperança nela”, contou a campeã mundial Fabiana Murer, que tinha o recorde sul-americano de salto anteriormente. “Às vezes eu vou lá, dou uns palpites, e ela usa as varas que eu saltava também”, conta. 

Não à toa, Juliana vem se superando e tem Fabiana como grande inspiração na carreira. "Estou muito feliz por bater meu personal best (PB) já três vezes esse ano. Fico feliz por ter alcançado marcas que só a Fabiana conseguiu no Brasil. Ela é uma inspiração, quero poder trilhar o caminho que trilhou e conquistar novas alturas", disse Juliana.

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Fabiana Murer, de amarelo, com a equipe feminina do salto com vara do Brasil. Juliana Campos é a atleta de branco da ponta direita. Foto: Reprodução


O Brasil tem uma tradição na modalidade e costuma levar os atletas ao pódio em Jogos Olímpicos e Mundiais. O maior vencedor brasileiro foi Thiago Braz, ouro e prata olímpico, na Rio 2016 e Tóquio 2020, e atual recordista sul-americano da modalidade. Ele é um dos nove atletas no mundo que saltaram acima dos seis metros de altura. 

Ano Positivo

“Esse ano ela conseguiu melhorar a marca dela e eu fiquei muito contente de ver que ela começou a deslanchar novamente. Ela buscou esse resultado, esteve na Olimpíada (Paris 2024). Eu vejo que o salto com vara no Brasil começa a brilhar de novo”, afirmou Fabiana, que parou de competir após a Olimpíada do Rio 2016.

No último domingo, 6 de julho, Juliana fez história e garantiu a medalha de prata no Fly Athens, na Grécia, meeting da categoria Prata do World Athletics Continental Tour, saltando a 4,68m, quebrando três vezes sua melhor marca pessoal.

As outras duas marcas foram conquistadas em junho, no dia 2, em que a brasileira conquistou a medalha de ouro na LXI Palio Citta Della Quercia, na Itália, alcançando 4,63m. Resultado que já colocava a atleta como segunda melhor do Brasil e terceira da América do Sul. Logo depois, no dia 24, alcançou 4,66 m no Golden Spike de Ostrava, República Checa. Na ocasião, Juliana também foi prata.
 

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Juliana Campos na disputa das eliminatórias dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Foto: Wander Roberto/COB

A atleta já teve anos complicados e vem de um ciclo olímpico duro, em que foi até o limite para conseguir sua vaga nos Jogos de Paris 2024. Após disputar os Jogos lesionada, em que não chegou a atingir a marca de 4,70m para a final, ela tratou uma lesão no pé e projeta um ciclo melhor para Los Angeles 2028.

"Estou bem fisicamente, recuperada da fratura no pé depois de Paris. Inicialmente, ficamos em dúvida se fazia a temporada indoor e fiquei ansiosa se seria suficiente só a temporada outdoor para me qualificar para o Mundial de Tóquio. Vejo que foi a melhor decisão, consegui me preparar bem e funcionou. Muito feliz de ter tomado as decisões certas", disse Juliana.

Juliana começou sua trajetória de atleta na ginástica artística, em São Caetano do Sul, em 2003. Depois passou a competir pelo MESC, de São Bernardo do Campo, em 2005, e em 2009 foi para o Pinheiros, quando fez a transição para o atletismo. Com 28 anos, ela é integrante do Praia Clube, de Minas Gerais.

Este ano, a atleta está passando uma temporada de treinos em Padova, na Itália, onde integra um grupo de treinamento com mais três italianas, uma chilena e uma israelense. "É um bom lugar para treinar, e a gente consegue trocar figurinha. Estou feliz em todos os aspectos", afirma.

Juliana agora pensa em manter um caminho sólido para a classificação do Mundial, que será realizado no Japão, em setembro. "Meu objetivo é manter a boa constância em cada competição em que eu entro, melhorar a parte técnica nos treinos, e no dia da qualificação do Mundial ter um bom resultado e me classificar", disse. "Posso sonhar um pouco mais alto, a classificação para o Mundial está muito bem encaminhada", concluiu a atleta.

De acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo, o índice fixado pela Federação para o Mundial na modalidade é 4,73 m, mas pelos pontos já somados por Juliana no Ranking geral, ela está provisoriamente qualificada como campeã da área sul-americana e por sua posição no Road to Tokyo.

Contente com os resultados da sucessora, Fabiana diz que a expectativa é grande para o próximo ciclo, mas que devemos ter calma. “É passo a passo, buscar uma final Olímpica e depois ir atrás de sonhos maiores, como foi comigo”, afirmou.

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